Quinta-feira,
24 de fevereiro de 2011 às 19:29
A
violência entre jovens na faixa etária de 15 anos aos 24 anos cresceu no
período 1998/2008. Nesta década, enquanto 1,8% das mortes entre adultos foram
causadas por homicídios, no grupo jovem a taxa chegou a 39,7%. Este é apenas
uma das informações contidas na pesquisa “Mapa da Violência 2011 – Os
jovens do Brasil”, elaborado pelo Instituto Sangari, em
parceria com o Ministério da
Justiça. O estudo traz um diagnóstico sobre como a violência tem levado à
morte brasileiros, especialmente os jovens, nos grandes centros urbanos e
também no interior do país.
O estudo
coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz servirá de subsídio a
políticas públicas de
enfrentamento à violência. Esta pesquisa, que tem como
fonte os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério
da Saúde, aponta o crescimento das mortes de jovens por homicídio, acidentes de
trânsito e suicídio.
Trata-se de
uma minuciosa radiografia da evolução da mortalidade no Brasil com parâmetros
estabelecidos pelas Organizações
Pan-Americana de Saúde (OPS) e Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa apurou
informações no âmbito nacional e também aponta o cenário que inclui as grandes
regiões, os 27 estados, 10 regiões metropolitanas, 27 capitais e 5.564
municípios.
Os resultados
do “Mapa da
Violência 2011″ são
debatidos seminário “Juventude,
Prevenção da Violência e Territórios da Paz”, aberto nesta quinta-feira (24/2), em Brasília, pelo
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O evento termina amanhã (25/2)
resultada de iniciativa do governo brasileiro, por meio do Ministério da
Justiça em parceria com o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Este projeto, que incluiu diferentes levantamentos, foi realizado pelo FBSP no período de janeiro de 2009 a fevereiro de 2011 com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). A iniciativa do governo federal oferece subsídios para a formulação de políticas públicas de prevenção da criminalidade entre adolescentes e jovens, além de construir referenciais metodológicos para auxiliar nas intervenções do poder público em territórios com elevados níveis de violência.
Este projeto, que incluiu diferentes levantamentos, foi realizado pelo FBSP no período de janeiro de 2009 a fevereiro de 2011 com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). A iniciativa do governo federal oferece subsídios para a formulação de políticas públicas de prevenção da criminalidade entre adolescentes e jovens, além de construir referenciais metodológicos para auxiliar nas intervenções do poder público em territórios com elevados níveis de violência.
O mapa da violência
Segundo a
pesquisa, a proporção de jovens no Brasil já foi maior há algumas décadas:
“…para o ano de 2008 o país contava com um contingente de 34,6 milhões de
jovens na faixa dos 15 aos 24 anos de idade. Esse quantitativo representa 18,3%
do total dos 189,6 milhões de habitantes que a instituição projetava para o
país. A proporção já foi maior. Em 1980, existia menor quantidade absoluta de
jovens: 25,1 milhões mas, no total dos 118,7 milhões de habitantes,
representavam 21,1%”
O documento
relata ainda que os jovens da década de 80 tinham as epidemias e doenças
infecciosas como as principais ameaças às suas vidas. Atualmente, essas causas
foram substituídas pelas chamadas “causas externas” representadas,
principalmente, pelos acidentes de trânsito e homicídios. Esses fatores
externos têm números alarmantes se ligados à população jovem:
“Em 1980, as
‘causas externas’ já eram responsáveis por aproximadamente a metade (52,9%) do
total de mortes dos jovens do país. Vinte e oito anos depois, em 2008, dos
46.154 óbitos juvenis registrados no SIM/SVS/MS, 33.770 tiveram sua origem em
causas externas, pelo que esse percentual elevou-se de forma drástica: em 2004,
quase ¾ de nossos jovens (72,1%) morreram por causas externas.”
O estudo
informa ainda que 62,8% das mortes de jovens em todo o país ocorreram por
homicídios, acidentes de transportes e suicídios. O mesmo documento aponta que,
em 2004, foi detectada queda expressiva, por dois anos consecutivos, nos
índices de homicídios e atribui essa baixa significativa ao “Estatuto e à
Campanha do Desarmamento” lançados naquele ano.
Alguns
estados também tem reduzido a média de homicídios nas respectivas regiões, com
tendência a diminuir seus índices, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais, enquanto Pará, Alagoas e Goiás praticamente dobraram os seus números. A
pesquisa sugere que essa inversão nos índices dos estados possa ter sido
provocada pelo Plano Nacional de Segurança Pública e pelo Fundo Nacional de
Segurança que canalizaram seus recursos para o aparelhamento das regiões de
maior incidência, o que dificultou a ação e provocou a migração para locais de
menor risco, provocando o aumento de homicídios na região.
Alguns
acontecimentos observados em pesquisas anteriores continuam intactos como a
quase totalidade das vítimas de homicídios ser do sexo masculino e ainda os elevados
níveis de vítimas de cor preta nesses casos, morrendo mais que o dobro de cor
branca.
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